domingo, novembro 21, 2004

Mulher não nasce, torna-se mulher...

"A mulher não nasce mulher, torna-se com o passar do tempo.
O seu par, forçosamente tem que ser: um aliado, um companheiro,
um cúmplice, um amigo, e acima de tudo o seu ombro das horas
boas e ruins, nos altos e baixos, muito antes de ser seu amante
na cama e fora dela. Sim porque amar não tem lugar !


Se ela não vem pronta, e vai aos poucos sendo construida ;
com a sua femilidade, se dá o contrário. Porém, mesmo já nascendo
feita, sua sexualidade é construida aos poucos. Dificuldades existirão,
serão superadas e de repente eis que...
Ela se descobre Mulher !


É nesse ponto que ela as vezes termina descobrindo que o tão sonhado
par, a tão esperada companhia de todos os seus dias, o tão sonhado
companheiro, o amado amante, o namorado, não é tão parceiro e cúmplice,
quanto ela espera e deveria ser.


Cabe a ela conduzi-lo no desbravamento dos seus próprios recantos,
da sua sexualidade e nas suas preferências, algo que é construido
de mistérios e indagações, mas que nem por isso é um quebra cabeças,
e tampouco é a mulher; uma Caixa-de-Pandora.


Cabe a ela ser autêntica e nunca estar preocupada em fazer tipo
apenas para ser notada, para a conquista. Ela será sempre verdadeira
da cabeça aos pés, do início ao fim. Tomando emprestado as palavras
de Diego Logullo, ela será sempre a "mulher calcinha-de-algodão" .
Porque é sendo autêntica que ela se impõe, se faz notar, é descoberta,
e acima de tudo é amada e querida do anoitecer ao amanhecer.
A autêntica "mulher calcinha-de-algodão" .


Como diz Diego , o que realmente importa não é a cena, a bebida,
o lugar; e eu acrescento, o carro, a roupa e os acessórios de grife,
copos ou taças de cristal, estes, bem podem ser, como diz ele,
os de requeijão; o licor, a bebida importada, os talheres finos,
as toalhas de luxo e o roupão de banho também importados.
O que importa é a companhia certa;
o respeito e a cumplicidade genuinos. Do início ao fim.
Do amanhecer ao anoitecer."


"mulher não nasce, torna-se mulher";
pena que poucos homens entendam isso.
A mulher chega ao mundo sem roupa e sem manual, e tem que seguir
sua solitária travessia na busca da sua identidade emocional,
e sua sexualidade, não raras vezes incompreendidas,
quando não se condena ela mesma, ao fingimento,
para o resto dos seus dias.

Mesmo assim seu cúmplice e seu companheiro, não poderá se arrogar jamais
no direito de ser e se achar dono do seu corpo, que não raro, nada dele
conhece, tanto quanto não conhece a alma daquela que busca lhe dar sua
intimidade, e em troca quer apenas o seu respeito, carinho, e amor.
Enfim, ser reconhecida como a mulher que aos poucos foi lapidada pelo
próprio tempo.


... ah! se todos os homens entendessem, a delicadeza e a complexidade da
sexualidade feminina, a vida a dois seria indiscutivelmente mais equilibrada...